FRANCISCO QUER IGREJA ABERTA E COMPREENSIVA

O papa Francisco se distanciou do setor mais conservador da Igreja Católica e se pronunciou a favor da abertura em uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal argentino La Nación.

“Eles fazem seu trabalho e eu faço o meu. Eu quero uma igreja aberta, compreensiva, que acompanhe as famílias feridas”, disse o sumo pontífice ao ser consultado sobre sua relação com os ultraconservadores católicos.

papafrancisco2O Papa descartou, no entanto, que exista uma posição de confronto: “Eles dizem não a tudo. Eu continuo no meu caminho sem olhar para os lados. Não corto cabeças. Nunca gostei de fazer isso. Eu repito: rejeito os conflitos”, explicou.

“Os pregos são retirados fazendo pressão para cima. Ou então se deixa que eles fiquem repousando, de lado, para quando chegar a idade da aposentadoria”, disse bem-humorado.

Também se referiu à rejeição de uma doação milionária feita pelo governo argentino à rede mundial Scholas Ocurrentes, promovida pelo Papa para a inclusão educacional e a paz, gesto encarado na Argentina como uma discórdia entre Francisco e o presidente Mauricio Macri.

“Esta interpretação é absolutamente incorreta”, afirmou. “Continuo acreditando que não temos direito de pedir um peso ao governo argentino quando ele tem tantos problemas sociais para resolver”, indicou Francisco.

Também negou supostos atritos com o presidente argentino, definido por ele como “uma pessoa nobre”. “Não tenho nenhum problema com Macri”, ressaltou.

Francisco se reuniu no fim de maio com a presidente das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, uma líder social que foi muito crítica ao Papa quando ele era arcebispo de Buenos Aires, mas que agora o elogia.

“Ela pediu perdão e não o neguei. Não nego a ninguém”, disse sobre Bonafini.

“É uma mulher que teve os dois filhos mortos, eu me curvo, fico de joelhos diante de semelhante sofrimento. Não importa o que tenha dito de mim. E sei que falou coisas horríveis no passado”, afirmou.

Consultado sobre sua relação com membros do governo argentino, admitiu que recebeu alguns funcionários de alto escalão porque são velhos amigos.

“Alguns são velhos amigos que pedem para me ver e eu os recebo com muita alegria”, afirmou.

Entre os que tiveram uma audiência com o Papa estão os ministros argentinos de Educação, Esteban Bullrich, de Trabalho, Jorge Triaca, e a chanceler Susana Malcorra, candidata para ocupar a Secretaria Geral das Nações Unidas (ONU).

Fonte: IstoÉ
Categorias: Uncategorized

MISSIONÁRIAS DA CARIDADE JÁ PREPARAM CANONIZAÇÃO DE MADRE TERESA

Por Alexandra Silva

A canonização da Madre Teresa de Calcutá está marcada para 4 de setembro deste ano e a cerimônia já está sendo programada, segundo informa a Rádio Vaticano.

5566teresadecalcutaAs Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa, já estão preparando o evento que vai ser realizado de 1 a 8 de setembro e onde é possível venerar as relíquias da Santa. “Portadora do amor terno e misericordioso de Deus” é o mote das festividades com celebrações litúrgicas.

A canonização da fundadora está agendada para as 10h na Praça São Pedro, numa cerimônia que naturalmente será presidida pelo Papa Francisco. No dia seguinte (5 de setembro) realiza-se a primeira festa de Santa Teresa de Calcutá e a Missa de Ação de Graças. Nos últimos dias das festividades, 7 e 8 de Setembro, os fiéis poderão visitar o quarto de Madre Teresa no Convento de São Gregório.

Fonte: http://www.sabado.pt
Categorias: Uncategorized

PERIFERIA DE SÃO PAULO. POLÍCIA, CRIME, IGREJA E TRABALHO SE INTERPENETRAM

Por Patricia Fachin

Apesar de a violência e o conflito marcarem a vida na periferia, uma série de contradições também fazem parte dessa realidade, diz o coordenador do grupo NaMargem – Núcleo de Pesquisas Urbanas, que estuda a gestão dos conflitos em periferias de São Paulo, Gabriel Feltran.

Segundo ele, na última década “a vida nas periferias melhorou”, especialmente em relação ao acesso à escolaridade superior e aos serviços básicos de infraestrutura urbana, saúde e moradia, que “são muito melhores do que há 30, 40 anos”. Junto com as melhorias sociais, frisa, o “consumo explodiu pelas políticas de crédito que impulsionaram o desenvolvimento da economia” e “celulares e televisores de última geração compõem, com carros, motos e novos conjuntos habitacionais, as paisagens das periferias”.

Apesar dessas mudanças, comenta, “essa mesma pujança econômica, globalizada, fortaleceu o crime – o crime também é mercado e se desenvolve com a ampliação dos mercados – e a criminalização das periferias. A violência pela disputa desses mercados e, sobretudo, a violência policial contra jovens nele inscritos (ou aqueles que se parecem com eles) cresceu demais. Nesse sentido, a vida piorou muito”.

De acordo com o sociólogo, “essa contradição aparente encontra, entretanto, no conservadorismo e no culto ao dinheiro, alguns pontos de convergência, de síntese, importantes. A expansão neopentecostal – mas também de força política do crime e das polícias – é talvez um dos reflexos mais imediatos disso”.

gabriel-seminario-500Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Feltran também comenta e explica as causas do aumento da violência no país, especialmente nas periferias. Para ele, essa situação está diretamente relacionada aos orçamentos policiais voltados à segurança pública e privada. “Isso demonstra a falência desse sistema repressivo, que mata muita gente – o Brasil teve mais de 60 mil homicídios em 2015! – e gasta rios de dinheiro produzindo cadeias e ampliando polícias, para piorar o problema. Porque assim se coletiviza e organiza o crime, produzindo mais e mais truculência, mais polarização social. Hoje uma parte significativa do conflito violento nas cidades é efeito colateral dessa polarização”.

A saída, pontua, “seria regular mercados ilegais (que empregam os ‘criminosos’, na verdade pobres criminalizados por trabalharem em mercados ilegais) e fazer proteção social. Mas seguimos tratando a questão da violência como se fosse um problema moral, causado pelos pobres. Nada mais equivocado”.

Gabriel Feltran é professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, coordenador de Pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole – CEM e pesquisador do Núcleo de Etnografias Urbanas do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Cebrap. É doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Em que consiste sua pesquisa nas periferias de São Paulo?

Gabriel Feltran – É uma pesquisa de campo, primeiro individual, nas periferias de São Paulo, depois coletiva, com o grupo NaMargem, nosso núcleo de pesquisadores vinculados à Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, à Universidade de Campinas – Unicamp, ao Centro de Estudos da Metrópole – CEM e ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Cebrap. Coletivamente atuamos em diferentes capitais, cidades médias e pequenas. Estudamos o conflito urbano – conflito ao mesmo tempo social, geracional, político, econômico e violento – que emerge da forma como as periferias foram historicamente pensadas e tratadas. E da forma como reagem a esse tratamento.

IHU On-Line – O que a pesquisa tem evidenciado, de um lado, sobre o modo de vida e a violência nas metrópoles e, de outro, sobre a política ou o modo como as pessoas se relacionam com a política?

Gabriel Feltran – O conflito urbano tem origem na desigualdade abissal da nossa sociedade, subordinada a uma pressão extrema por sucesso individual. Não é uma novidade que enquanto uns criam os filhos com meio salário mínimo mensal, obtido por renda informal, outros andam de helicóptero e gastam dois salários mínimos em um jantar.

Esse conflito exige mediação, ou estoura em violência, inclusive letal. Políticas sociais e econômicas feitas por governos, mas também a emergência de “outros governos” nas periferias, como o “crime” e as igrejas, são tentativas de mediar esse conflito. Não se compreende isso muito bem olhando de fora das periferias. Mas dali de dentro se compreende melhor essa situação.

“70% dos participantes de um programa social na Cracolândia paulistana estiveram recentemente na cadeia”

IHU On-Line – Quais são e como descreve os circuitos sociais dos grupos urbanos analisados na sua pesquisa, como jovens de periferia, moradores de rua, usuários de drogas, traficantes, criminosos e prostitutas?

Gabriel Feltran – Esses grupos são muito heterogêneos internamente. Há mulheres que fazem programa por uma lasca de pedra de crack, outras que cobram dois mil reais. Há jovens inscritos no tráfico que pensam apenas no dia de hoje, gastam mil reais em uma noite, outros que trabalham durante o dia e estudam à noite, pagando prestações de carro, casa e eletrodomésticos. Essa heterogeneidade que se nota de perto, de longe vira estereótipo, preconceito, incompreensão e conflito.

Os circuitos urbanos desses sujeitos respondem a essa heterogeneidade. Há vidas tecidas inteiramente entre abrigos, prisões, unidades de internação e clínicas de recuperação. Vidas criminalizadas: 70% dos participantes de um programa social na Cracolândia paulistana estiveram recentemente na cadeia.

São Paulo tem um milhão de ex-presidiários e as taxas seguem crescendo. Mas há parentes e amigos desses sujeitos estudando em universidades públicas, como a que eu trabalho. Os circuitos de vida são amplos e diversificados, os mundos têm tamanhos diferentes a depender deles.

IHU On-Line – Esses jovens da periferia participaram de junho de 2013?

Gabriel Feltran – Seguramente o movimento estudantil esteve muito presente nas manifestações. Mas não eram eventos das periferias, claramente. E seus desdobramentos, a disputa interna aos movimentos, fortaleceu muito mais as pautas dos grupos muito conservadores, como os de policiais e de elites direitistas, do que as de integração das periferias.

O fascismo solto hoje no país, espalhado pelas redes, é também fruto da vitória desses grupos em 2013, para além do esgotamento da narrativa petista, do ciclo de institucionalização do petismo.

IHU On-Line – Que percepção esses que moram nas periferias de São Paulo têm tido sobre o Brasil na última década, sobre a situação social e política do país, sobre o desenvolvimento de suas próprias vidas?

Gabriel Feltran – Percepções heterogêneas. De um lado, a vida nas periferias melhorou: escolaridade, inclusive superior, acesso a serviços básicos de infraestrutura urbana, saúde e moradia são muito melhores do que há 30, 40 anos. E na última década o consumo explodiu pelas políticas de crédito que impulsionaram o desenvolvimento da economia nos anos 2000. Celulares e televisores de última geração compõem, com carros, motos e novos conjuntos habitacionais, as paisagens das periferias.

De outro lado, essa mesma pujança econômica, globalizada, fortaleceu o crime – o crime também é mercado e se desenvolve com a ampliação dos mercados – e a criminalização das periferias. A violência pela disputa desses mercados e, sobretudo, a violência policial contra jovens nele inscritos (ou aqueles que se parecem com eles) cresceu demais. Nesse sentido, a vida piorou muito.

Essa contradição aparente encontra, entretanto, no conservadorismo e no culto ao dinheiro, alguns pontos de convergência, de síntese, importantes. A expansão neopentecostal – mas também de força política do crime e das polícias – é talvez um dos reflexos mais imediatos disso.

IHU On-Line – Que relações esses jovens estabelecem entre si e com outras instâncias sociais e políticas mais amplas, como a família, o mercado de trabalho, as igrejas, as políticas sociais, o mundo do crime e o Estado? É possível chegar a uma análise homogênea?

Gabriel Feltran – Não, esse universo, como dizíamos, é extremamente heterogêneo. O rapaz negro que trabalha no shopping como segurança e faz faculdade à noite ou o filho de operário que ingressou por ação afirmativa na universidade pública não têm visões de mundo iguais à do irmão do PCC ou do pastor da Igreja Universal, ou ainda de um soldado da Polícia Militar. E eles podem estar na mesma família, porque os projetos de vida são mais individualizados e o mercado de trabalho mais segmentado. Polícia, crime, igreja e trabalho são esferas de vida que se interpenetram.

“A ordem estatal é mais hegemônica, mais legítima, entre as classes médias e elites, porque o Estado, a lei, a Justiça, são feitos para elas”

IHU On-Line – Que comparações estabelece entre esses grupos sociais e grupos de outros territórios urbanos?

Gabriel Feltran – A ordem estatal é mais hegemônica, mais legítima, entre as classes médias e elites, porque o Estado, a lei, a Justiça, são feitos para elas. Entre os mais pobres, muito mais desfavorecidos e mesmo criminalizados por essa ordem, há mais registros normativos, sejam morais, sejam políticos.

IHU On-Line – Quais são os principais conflitos que evidencia nas cidades metropolitanas hoje? Qual são as razões que os motivam?

Gabriel Feltran – A violência policial e criminal só aumenta de intensidade no Brasil, como os orçamentos policiais e voltados à “segurança pública” e privada. E com o aumento da militarização – Unidades de Polícia Pacificadora, UPPs – e encarceramento. Isso demonstra a falência desse sistema repressivo, que mata muita gente – o Brasil teve mais de 60 mil homicídios em 2015! – e gasta rios de dinheiro produzindo cadeias e ampliando polícias, para piorar o problema. Porque assim se coletiviza e organiza o crime, produzindo mais e mais truculência, mais polarização social.

Hoje uma parte significativa do conflito violento nas cidades é efeito colateral dessa polarização. A saída seria regular mercados ilegais (que empregam os “criminosos”, na verdade pobres criminalizados por trabalharem em mercados ilegais) e fazer proteção social. Mas seguimos tratando a questão da violência como se fosse um problema moral, causado pelos pobres. Nada mais equivocado.

IHU On-Line – Que relações tem estabelecido entre as políticas estatais de segurança e as políticas do crime de segurança? Como chega à conclusão de que governo e crime não produzem políticas necessariamente opostas?

Gabriel Feltran – Eu digo isso para São Paulo, em especial, porque ali a expansão do Primeiro Comando da Capital – PCC foi a principal responsável pela redução importante dos homicídios durante os anos 2000. Expandiu-se o crime – e todas as taxas de criminalidade violenta – ao mesmo tempo que a justiça do crime regulava estritamente a morte nas favelas e periferias. A queda das taxas de homicídio foi capitalizada pelo governo do estado, como se fosse sucesso da “segurança pública”. Ambos os regimes – estatal e criminal – tinham pressões para baixar os homicídios. O crime foi bem mais efetivo, nesse caso, embora a desproporção de recursos e força em favor do Estado seja evidente.

IHU On-Line – Que aspectos da metrópole precisam ser mais considerados, estudados e analisados quando se estuda essa temática da violência?

Gabriel Feltran – É preciso, sobretudo, desnaturalizar a ideia de que os pobres são ignorantes, atrasados, alienados, exóticos ou violentos. É preciso reconhecer as suas formas de vida, inclusive de organização social e política. Em nossa pesquisa, tomamos essas formas de viver como prisma para olhar a cidade. E acreditamos que assim entendemos mais profundamente nosso cenário, em busca de soluções.

Fonte: IHU On-Line
Categorias: Uncategorized

Formação missionária para seminaristas reflete sobre conversão e missão ad gentes

“A obra é de Deus, o protagonista da missão é o Espírito Santo, os missionários atuantes são apenas instrumentos nas mãos de Deus”. Essa foi a tônica da reflexão feita pelo missiólogo diretor do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Estêvão Raschietti, nesta terça-feira, 05, durante o 8º Encontro de formação missionária para seminaristas (Formise Nacional) que acontece em Brasília (DF).

Padre Estêvão lembrou que a Igreja está no mundo unicamente para cooperar com a missão de Deus. “Em qualquer forma de evangelização, o primado é sempre de Deus, que quis chamar-nos para cooperar com Ele e impelir-nos com a força do seu Espírito”, disse, citando o papa Francisco na Evanguelii Gaudium (12).

Em sua conferência, o teólogo desenvolveu o tema “A conversão missionária e a missão ad gentes”. Retomando o Documento de Estudos 108 da CNBB sobre a Missão e a Cooperação Missionária, padre Estêvão mostrou que a missão possui três âmbitos: o pastoral, que acontece junto aos cristãos nas comunidades eclesiais; a nova evangelização, que ocorre no ambiente laico da sociedade secularizada ead gentes, que tem como interlocutores os que não conhecem Jesus Cristo o meio de outros povos e sociedades.

Para o missiólogo, as imagens de pastor, semeador e pescador podem ser associadas, respectivamente, a esses três âmbitos da missão. Ele lembra que é preciso articular o pastor com o semeador e com o pescador, considerando que a missão é uma só tanto na comunidade quanto na sociedade e no meio dos povos.

“Sem uma adequada pastoral missionária, teremos uma missão colonizadora. Sem uma ação evangelizadora na sociedade secularizada onde vivemos, teremos uma missão alienada e sem uma generosa missão além-fronteiras teremos uma missão fechada”, advertiu.

A missão se torna para a Igreja não mais uma atividade entre outras, mas participação na vida divina que lhe confere sua identidade, conforme disposto no Decreto conciliar Ad Gentes. “A Igreja é por sua natureza missionária” (AG 2): a Igreja “é” ao ser enviada, ela se edifica em ordem à missão. “Os horizontes deste movimento são sempre geográficos e escatológicos: os confins da terra e o fim do tempo”, afirmou.

Na opinião do missiólogo, cada Igreja particular é chamada à conversão missionária, “entrar decididamente num processo de discernimento, purificação e reforma. Trata-se da participação de cada Igreja local na missão universal, e da solidariedade de cada comunidade com os outros povos e com as outras igrejas espalhadas pelo mundo”.

Para aprofundar o debate, padre Estêvão retomou o discurso do papa Francisco proferido no encontro com os bispos da América Latina, em julho de 2013, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ao falar da conversão missionária à luz da Conferência de Aparecida, o papa afirmou: “peço que não se ofendam, mas creio que estamos muito atrasados”. O texto fomentou debates entre os seminaristas.

Participam da formação 36 seminaristas de todo o Brasil. Paulo Araújo da Silva, cursa o 3º ano de teologia em Manaus (AM) e avalia o 8º Formise Nacional como “um caminho de esperança para Igreja do Brasil, pois desperta no coração a consciência da necessidade de uma Igreja em permanente estado de missão, em saída e comprometida com a realidade dos povos”.

Olhando para a realidade missionária da Amazônia, Paulo Araújo sonha com “uma Igreja discípula-missionária, ouvinte, ministerial, que vai ao encontro das pessoas. Este rosto de Igreja, que é o projeto do papa Francisco, desperta o nosso compromisso missionário no processo de formação presbiteral”, complementa.

A programação segue nesta quarta-feira, 6, com reflexões sobre o ministério presbiteral na missão de cuidar da Casa Comum. O tema será apresentado pelo monge beneditino, Marcelo Barros.

A formação se estende até sábado, dia 9, e é promovida pelo Centro Cultural Missionário (CCM), as Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.

Categorias: Uncategorized

Seminaristas de São Paulo encerram Congresso Missionário e divulgam carta compromisso

Com o objetivo de fomentar a consciência missionária nos seminários e casas de formação, os participantes do 2º Congresso Missionário Estadual de Seminaristas do Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo), divulgaram uma carta compromisso destinada às dioceses paulistas.

Promovido pelo Conselho Missionário de Seminaristas (Comise) e motivado pelo tema “Formação presbiteral para uma Igreja em saída”, o evento reuniu nos dias 29 de junho a 3 de julho, na paróquia Santuário Nossa Senhora do Bonsucesso, em Guarulhos (SP), 115 seminaristas de 28 dioceses do Estado de São Paulo.

Ajudado por assessores, as reflexões seguiram as cinco dimensões formativas dos presbíteros: comunitária, espiritual, intelectual, humano-afetiva e pastoral-missionária. A programação incluiu visitas missionárias às famílias das paróquias Nossa Senhora do Bonsucesso e Nossa Senhora Aparecida, em Guarulhos.

Carta compromisso
“Promover em nossas casas de formação, espaços de iniciação ao discipulado-missionário, condição comum de todo batizado e não opção de alguns, como: celebrações missionárias, campanhas de coleta missionária, murais comunitários, novenas missionárias”, diz um trecho da carta que propõe também: “Realizar experiências de missão que estimulem o espírito missionário, seja na prática de atenção e cuidado com os membros da casa, seja no espírito de oração pelas necessidades universais da Igreja, pela missão ad gentes”. (Confira a íntegra da carta no final desta notícia)

O Congresso
“O espírito missionário do Congresso marca a vida da Igreja. No movimento de ir ao encontro dos que sofrem e são excluídos, o missionário é aquele que apresenta a pessoa de Jesus”, explicou dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB. O bispo refletiu sobre as dimensões humano-afetiva e pastoral-missionaria da formação.

O seminarista Erickson Ramos da Silva, da diocese de Jundiaí (SP), um dos organizadores do evento, avaliou positivamente a iniciativa que, segundo ele, congregou os seminaristas no discipulado e na missão de Cristo para uma Igreja em constante saída: “reunir e juntar para depois enviar”, explicou.

Coordenação do Comise Regional

No final dos trabalhos foi escolhida a nova coordenação do Conselho Missionário de Seminaristas (Comise) Regional Sul 1, que ficou assim constituída: Thiago Henrique da Silva Guimarães de Freitas (arquidiocese de Aparecida); Ítalo Sá de Souza (diocese de Guarulhos); Armando Nochetti (diocese de Presidente Prudente); Alcides Pizeta (arquidiocese de Ribeirão Preto); Maykom Sammuel Alves Florencio (arquidiocese de São Paulo); Fábio Ribeiro Donizetti (diocese de Lins); Danilo Cordeiro Silva (diocese de Marília) e Raphael Felipe Silva (arquidiocese de Aparecida). Representa os religiosos, José Ivanildo de Oliveira Melo (salesiano).
O assessor do Comise é o padre Hechilly de Brito Timóteo (diocese de Guarulhos).

O 3º Congresso Missionário Estadual de Seminaristas do Regional Sul 1, acontecerá nos dias 30 de junho a 4 de julho de 2017, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

2º Congresso Missionário Estadual de Seminaristas
Regional Sul 1 da CNBB
Carta Compromisso

Aos nossos pastores, formadores, irmãos seminaristas, religiosos e leigos envolvidos nas atividades missionárias do Regional Sul 1 (estado de São Paulo), paz e alegria!

Motivados pelo tema: “Formação Presbiteral para uma Igreja em Saída”, e o lema: “A partir do testemunho de alegria e de serviço de vocês, façam florescer a civilização do amor”, nós seminaristas do Regional Sul 1 da CNBB, estivemos reunidos entre os dias 29 de junho à 03 de julho de 2016, no Santuário Nossa Senhora do Bonsucesso, diocese de Guarulhos (SP), para o 2º Congresso Missionário Estadual de Seminaristas.

Somamos mais de 110 congressistas, sendo 104 seminaristas diocesanos e religiosos de 28 dioceses. Estiveram presentes: dom Edmilson Caetano, bispo diocesano de Guarulhos; dom Esmeraldo B. de Farias, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial e do Conselho Missionária Nacional (Comina); dom José Luiz Bertanha, bispo referencial do Conselho Missionário Regional (Comire) Regional Sul 1; Maria de Fátima da Silva, coordenadora do Comire Regional Sul 1; padre Everton Aparecido da Silva, assessor Comire; padre Jaime C. Patias, secretário da Pontifícia União Missionária; representantes da Juventude Missionária; Obras do Cenáculo Missionário; padre Leandro Santos, presidente da OSIB Regional Sul 1; padre Antônio Ramos do Prado, SDB, assessor nacional da juventude; padre Leonardo Lucian Dall Osto (da diocese de Caxias – RS), e diversos outros presbíteros e leigos, aos quais agradecemos pelo apoio e comunhão na nossa caminhada formativa

Ajudados pelos assessores, aprofundamos o tema e lema do Congresso a partir das cinco dimensões propostas pelas Diretrizes para a Formação dos Presbíteros (Doc. 93 CNBB), a saber: Formação humano-afetiva; comunitária; espiritual; pastoral-missionária; intelectual.

Compreendemos ser urgente aperfeiçoar itinerários de acompanhamento humano-afetivo em nossas casas de formação que nos ajude a sermos homens íntegros e integrados, capazes de relações humanizantes, abertos, cordiais e felizes. Fortalecer nossa vida comunitária onde “os vários membros do seminário, reunidos pelo Espírito numa única fraternidade, colaborem, cada qual segundo o dom que recebeu para o crescimento de todos na fé e na unidade” (PDV, 60). Entendemos que a vida missionária exige uma profunda formação espiritual. Jesus nos chama para “ficar” com Ele (Jo 1,39; Lc 5,1‐11). “O encontro com Jesus Cristo” é, portanto, o primeiro aspecto na formação de discípulo missionário (DAp 278); sentimos a necessidade de uma sólida formação intelectual que nos ajude a dialogar com o mundo pós-moderno. Movidos pela inteligência, do coração e do desejo de Deus, somos chamados a percorrer, com Jesus, a aventura da contemporaneidade sem medo, cheios de entusiasmo, disponíveis a soluções novas; “A Igreja existe para evangelizar”, e a nossa formação só tem sentido se estiver a serviço da pastoral-missionária, conforme o mandato de Jesus de anunciar a Boa Notícia a todos os povos (Mt 28, 19-20).

Para nos guiar na tarefa de aprofundar nossa formação pessoal e empenho missionário elegemos três imagens bíblicas:

A pastoral – Bom Pastor: “Ouvir e seguir a voz de Cristo Bom Pastor, deixando-se atrair e conduzir por Ele e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem jubilosa de oferecer a nossa vida e gastá-la pela causa do Reino de Deus. A oferta da própria vida nesta atitude missionária só é possível se formos capazes de sair de nós mesmos” (Papa Francisco – 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 2015).

A nova evangelização – o semeador: ir às “fronteiras” geográficas e existenciais, atravessar para “a outra margem” para encontrar quem está em necessidade (Mt 8, 28). Semear com largueza de coração, cultivar pacientemente como o agricultor, esperar que Deus faça brotar e produzir frutos. “Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização! (EG 83).

Missão ad gentes – o pescador: abraçar o desafio de uma espiritualidade missionária, que nos retire do perigo da autorreferencialidade, do desânimo egoísta, de uma preocupação exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia, relaxamento, que causam um declínio do fervor (EG 78). “Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” (EG 80)

Como compromissos a serem assumidos em vista da animação missionária comunitária, apontamos:

Despertar em nossas comunidades uma verdadeira “cultura do encontro”, no qual a partilha da vida e missão nos anime na caminhada, imitando a alteridade e gratuidade de Cristo que, “sendo rico, se fez pobre para nos enriquecer com sua graça” (2 Cor 8, 9). “Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (EG 101).

Promover em nossas casas de formação, espaços de iniciação ao discipulado-missionário, condição comum de todo batizado e não opção de alguns, como: celebrações missionárias, campanhas de coleta missionária, murais comunitários, novenas missionárias. “Não deixemos que nos roubem a força missionária!” (EG 109).

Realizar experiências de missão que estimulem nossos irmãos no exercício do espírito Missionário, seja na prática de atenção e cuidado com os membros da casa, seja no espírito de oração pelas necessidades universais da Igreja, pela missão ad gentes.

Criar mecanismos de maior diálogo com os bispos de nossos regionais, no sentido de obter apoio para a criação dos Comises, Comidis e Comipas; estabelecer comunicação, envolvimento e partilhas mais frequente com a CRB; ampliar os espaços e momentos de animação missionária com o Comire; ter maior apoio, presencial e formativo da OSIB.

Ao concluirmos estes dias de graça, nossa equipe executiva ganhou uma nova formação, com a ampliação dos membros dentro do Comise do Regional Sul 1. Por fim, queremos agradecer, na pessoa de dom Edmilson Caetano, à diocese de Guarulhos, aos seminaristas, formadores, presbíteros, religiosas e leigos pela acolhida generosa. Um agradecimento especial ao padre Carlos Vicente de Lima e padre Thiago Ramos dos Santos, do Santuário Nossa Senhora do Bonsucesso; ao padre Salvador A. de Brito, da Paróquia Santa Cruz e N. S. Aparecida; padre Hechilly de B. Timóteo, assessor do Comidi; ao seminarista Erickson R. da Silva, da diocese de Jundiaí pelo serviço prestado como Coordenador do Comise neste período e aos demais membros da executiva pela preparação deste Congresso. Agradecemos ainda aos bispos que enviaram seus seminaristas, confiando na seriedade de nosso trabalho bem como aos movimentos e entidades missionárias que se dispuseram a estabelecer diálogo e colaboração para com os Comises.

Que a Imaculada Conceição, a Virgem do Bonsucesso, nos eduque no caminho do discipulado-missionário e nos ajude a sermos fiéis a estes propósitos. Assim seja.

Os seminaristas participantes do 2º Congresso Missionário Estadual do Regional Sul 1 da CNBB.

Guarulhos, 03 de julho de 2016

Categorias: Uncategorized

Dom Cláudio em Mato Grosso: “O agronegócio deve ter preocupação ambiental”

Como presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, o cardeal Cláudio Hummes já visitou 34 circunscrições eclesiásticas da região, entre dioceses e prelazias. No mês de junho o cardeal esteve em Mato Grosso e manifestou preocupação com a produção agrícola sem proteção ambiental.

Dom Cláudio esteve no norte de Mato Grosso, em três dioceses: Juína, Sinop e Diamantino. A região é a maior do Brasil no agronegócio. Grandes propriedades monocultoras modernas empregam tecnologia avançada e pouca mão de obra; a produção é voltada principalmente para o mercado externo ou para as agroindústrias, com finalidade de lucro.

O estado é o maior produtor de soja e algodão em pluma, o segundo maior produtor de arroz, quinto produtor de cana-de-açúcar e sétimo de milho. O rebanho bovino tem crescido rapidamente e Mato Grosso já possui o maior rebanho de corte do país.

É grande a preocupação ambiental, entre as comunidades, sobre a maneira em que é feita esta produção agrícola e agropecuária. Dom Cláudio relatou:“Estas três dioceses no norte do Mato Grosso têm uma característica muito especial, porque aquela é a região do agronegócio. Toda a imensa região é também um imenso campo de produção de soja, gado, milho, algodão, girassol e assim por diante. É o grande agronegócio do Brasil. É uma região também muito questionada sobre seu passado, porque ela foi desmatada para o agronegócio. Houve grandes movimentos de colonização de governos anteriores, pelos militares, que abriram aquela área toda. Então muitas questões se colocam sobre como foi feito este desmatamento no passado. Atualmente, a questão é como se está fazendo esta agricultura, esta agropecuária, como está se procedendo e com que cuidados. Há de fato uma preocupação ambiental? Cuida-se de fazer uma agricultura sustentável?”.

O cardeal também citou a encíclica do papa Francisco, Laudato Si’. “Eu sempre insisto que a Igreja tem tudo a ver com isto, porque o papa, na encíclica Laudato Si’, convoca a Igreja a participar deste grande desafio do meio ambiental e climático, porque isto tem uma dimensão religiosa e ética, como o papa coloca muito bem. A Igreja não fala em área alheia, não. Isto faz parte da missão da Igreja e da evangelização ali. E os três bispos daquelas dioceses são muito conscientes disso, são muito valentes, ativos e dinâmicos, acompanhando esta difícil problemática daquela região”.

Dom Cláudio salientou que a questão indígena no Mato Grosso também é preocupante. “Há ainda bastante floresta, por exemplo, na diocese de Juína há ainda mais de 60% de floresta e muitas regiões demarcadas para os indígenas. Em Juína visitei uma área de comunidades indígenas. Este é outro desafio diferente, embora tudo esteja ligado. Porque se trata de como a Igreja vai fazer a sua evangelização de forma que seja inculturada na história, na identidade, na cultura dos indígenas. Este também é um percurso onde temos muito ainda o que fazer”.

Em julho, o cardeal Cláudio Hummes fará outras duas visitas: Grajaú e Caxias, no estado do Maranhão.

Fonte: Rádio Vaticano

Categorias: Uncategorized

Formação para seminaristas discute conversão missionária da Igreja

Refletir sobre a conversão missionária da Igreja no pontificado do papa Francisco e suas implicações para a formação presbiteral. Este é o objetivo do 8º Encontro de formação missionária para seminaristas (Formise Nacional), que acontece ao longo desta semana, dias 3 a 9, em Brasília (DF).

A formação reúne 36 seminaristas da filosofia e teologia de 12 regionais da CNBB e inclui reflexões sobre a conversão missionária, projeto de Igreja do papa Francisco, missão ad gentes, cuidado com a vida no Planeta e a liturgia nas diferentes culturas.

Na manhã desta segunda-feira, 04, ao analisar a conjuntura eclesial, o historiador e professor Sérgio Coutinho dos Santos, partiu do discurso do papa Francisco proferido em 17 de outubro de 2015, por ocasião do 50º aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos (Paulo VI – 1965). O assessor lembrou que, “Igreja e Sínodo são sinônimos”, porque “a Igreja não é outra coisa que o caminhar juntos do Povo de Deus”. Para o papa Francisco, o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio.

Coutinho destacou o projeto de Francisco em fazer com que a Igreja se torne sinodal onde as decisões passem pelo povo de Deus e pelos pastores, até chegar ao ministério petrino. “Essa dimensão sinodal deveria perpassar toda a Igreja. Numa sociedade tão diversa e plural, a sinodalidade precisa ser o carro chefe para levar a diante o projeto de Jesus na construção do Reino de Deus”.

Segundo o professor Coutinho, para que a conversão da Igreja aconteça, seria preciso “reformular o modelo de eclesiologia que segue uma estrutura piramidal, vertical para um modelo, que também faz parte da tradição da Igreja antiga, e que é horizontal, dialógico, onde os ministérios não são cargos, mas serviços. Nela, deve-se levar em conta o exercício da autoridade que vem do povo, dos pastores que escutam o povo e do bispo de Roma. Esse seria um modelo mais propício para a ação evangelizadora da Igreja hoje”, avaliou o pesquisador.

O historiador considera a cristologia um ponto de partida para a eclesiologia. “É importante compreender quem foi Jesus e qual foi sua missão. Hoje, penso numa cristologia ascendente, que parte do Jesus da história, encarnado em sua cultura, para perceber a ação de Deus por meio dEle e chegar à convicção de que Ele é o Filho de Deus. Para isso, ajuda a fala do papa Paulo VI quando afirma que Jesus é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem”, recordou.

Professor Sérgio fez também uma retrospectiva desde Pio XII até Francisco olhando o projeto de cada pontífice. Em sua opinião, Pio XII, João Paulo II e Bento XVI ainda tiveram uma visão muito próxima ao projeto de cristandade, no sentido de que a Igreja, mostrando o seu poder, deveria dirigir a sociedade. Francisco vem na esteira do papa João XXIII, mais na linha de uma Igreja misericordiosa, que sabe dialogar e aprender com o mundo. Nada de anátemas, mas de misericórdia e principalmente de implantar com coragem o Vaticano II. E Francisco está procurando implantar as decisões do Concílio como é o caso da sinodalidade”.

Por vários anos, Coutinho foi assessor da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, setor CEBs. Ele avalia que as práticas das Comunidades Eclesiais de Base são a sinodalidade de base. “É a experiência de uma Igreja que nasce do povo, se reúne, debate, toma suas decisões e exerce seus ministérios. A proposta de Francisco de retomar o princípio da sinodaliladade fortalece a prática das CEBs que são sinodais por excelência, no sentido de caminhar sempre juntos”, complementou o professor.

Para o seminarista coordenador da Comissão Nacional dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises), João Luiz da Silva, o Formise Nacional é de fundamental importância, “pois nos desperta para viver uma vida doada à missão universal. O tema proposto para este ano nos convida a refletir sobre a conversão missionária da Igreja, no intuito de que essa conversão aconteça no coração de cada batizado, como nos indica o papa Francisco. O evento proporciona ainda, uma maior convivência entre nós seminaristas. Isso cria, desde já, uma comunhão entre os futuros presbíteros da Igreja do Brasil”, afirma.

Promovido pelo Centro Cultural Missionário (CCM), as Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, o 8º Formise Nacional é uma oportunidade para intensificar a reflexão, avaliar a caminhada, partilhar experiências e propor novos rumos da formação missionária dos seminaristas e presbíteros. Nesse sentido, os debates retomam as conclusões do 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas realizado em 2015.

Categorias: Uncategorized

Jornal Parceiros das Missões destaca a Assembleia Anual das POM e a Campanha da Juventude Missionária

A edição de julho do Jornal digital Parceiros das Missões destaca a audiência do papa Francisco com os participantes da Assembleia Anual das Pontifícias Obras Missionárias, em Roma: “Vocês não são uma ONG. A União Missionária sem paixão não serve”, afirmou o santo padre.

O jornal digital faz um agradecimento ao padre Camilo Pauletti, pelos cinco anos que esteve como diretor nacional das POM, aborda a Campanha da Juventude Missionária em favor das crianças da Indonésia e mostra o testemunho de um sacerdote missionário nos Emirados Árabes.

Acesse aqui todas as edições do Jornal Parceiros das Missões.

Categorias: Uncategorized

Permitamos que a verdade nos liberte!

“Se ages contra a justiça e eu te deixo agir, então a injustiça é minha” (Mahatma Gandhi). Viver fora do Brasil nos permite olhar nossa pátria por outro prisma. Escutar o que dizem de nós fora do país também nos tira o calor das emoções e ajuda a olhar nossa realidade com outros olhos. O que não tira a indignação que sentimos em nosso peito.

Amanheci com vontade de rasgar o verbo e partilhar o que está entalado na garganta de muita gente dentro e fora do Brasil. A sensação de indignação me faz lembrar um quadro na entrada da casa dos meus avós Arlindo e Laurita, na cidade de Cipotânea, MG, com a famosa frase de Rui Barbosa: “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, as pessoas chegam a rir-se da honra, desanimar-se de justiça e a ter vergonha de ser honestas”. O dito apenas confirma que essa história é velha e está longe dos seus “finalmente”. Creio que nosso avô se tornou mais convencido disso depois de uma tentativa frustrada de se candidatar a prefeito da cidade.

Nosso país vive um tempo de poda e purificação. É a grande oportunidade de seguir passando a limpo o Brasil e começar uma nova fase. Repetiam também nossos avós que “a mentira tem pernas curtas”. Nada melhor do que um dia depois do outro para ir pondo as coisas às claras. Nessas horas todo juízo precipitado pode ver só um lado da moeda, ou simploriamente diabolizar uns e santificar outros. O melhor caminho é seguir adiante, olhando por todos os lados e, fazendo o nosso próprio juízo.

O momento também é propicio para escutar o ponto de vista de todos os que queiram, honestamente, trilhar a estrada da verdade e da justiça sem compactuar com falcatruas e panos quentes. Que sejam punidos todos os que, como Judas, se vendem por “trinta moedas” (uma migalha se comparamos com as cifras que escutamos todos os dias). A dignidade do nosso povo tem sido vilipendiada através dos milhões de reais desviados para fins pessoais ou eleitoreiros. Quanto bem não faria à nossa gente pobre se essa verba fosse investida em educação, moradia, saúde e trabalho para a grande maioria dos excluídos de nossa sociedade. Que nenhuma das conquistas históricas adquiridas a custo do suor e dedicação de muita gente honesta e grupos organizados se perca devido à mediocridade e avareza de uns poucos.

Necessitaremos ainda muito tempo para aprender a ler o que está por detrás das notícias. Os grandes meios comunicação estão longe da isenção necessária de apresentar todos os lados da notícia e deixar que o leitor ou telespectador faça seu juízo. O Brasil vai precisar de muita vigilância e de pessoas de boa vontade e coragem para recomeçar das cinzas, sempre mais preocupados com as milhões de vítimas deste sistema político econômico injusto do que com os próprios interesses. O “ladrão de galinhas”, que rouba para comer, mofa na prisão enquanto corremos o risco de deixar impunes os que roubam e provocam a fome de milhões de pessoas. Os pobres não podem mais esperar. A violência que muitos deles despejam sobre vítimas inocentes da sociedade são expressão de um grito desesperado por mais justiça e igualdade de direitos.

A hora da mudança é agora. A nossa omissão e indiferença só faz aumentar o problema. No voto nos tornamos construtores da justiça e da paz ou cúmplices da injustiça e da roubalheira. Não desistamos da política e de apoiar políticos honestos, pois não existe outro caminho para se construir um país mais justo e fraterno. Que seja fortalecida a parcela dos políticos que primam pela honestidade e pela busca do bem comum. E que o voto seja a única forma de legitimação de nossos representantes.

Oremos pelo Brasil e por um futuro pautado nos princípios do Evangelho. Já passou da hora de uma nação como a nossa, que incha o peito para se dizer de “maioria cristã”, deixar de sê-lo só de nome e permitir que a verdade nos liberte. Que Deus nos ajude também a nos libertarmos de nossas pequenas e disfarçadas formas de corrupção no dia a dia de nossas vidas. A música, não tão conhecida, do P. Zezinho nunca se fez tão atual para ser rezada, cantada e meditada: “Não temais os que tudo deturpam pra não ver a justiça vencer. Tende medo somente do medo, de quem mente pra sobreviver. Não temais os que ditam as regras na certeza de nunca perder. Tende medo somente do medo de quem cala ou finge não ver”.

* Padre Arlindo Pereira Dias, svd, conselheiro Geral dos missionários Verbitas em Roma – Itália.

Categorias: Uncategorized

Um hospital do amor

Com eles, pessoas doentes espiritualmente conseguem se levantar de novo.Com eles, pessoas doentes espiritualmente conseguem se levantar de novo.

Vejo com clareza que aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, a proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha”.

 

O Padre Andrés Jaramillo adotou inteiramente essas palavras do Papa Francisco e fundou em Girardota, na Colômbia, uma fraternidade que, após décadas de guerra civil, atua como um hospital de campanha para almas feridas. A “Fundação do Sagrado Coração” quer ser refúgio, um lugar de conforto para os desesperados, feridos, desnorteados e oprimidos pela dor da alma. Eles consideram que para muitos grupos – idosos, crianças, vítimas de guerra, pobres, pessoas deslocadas, refugiados – há lugares e recursos, mas para as pessoas angustiadas do dia a dia, não. Pode-se tratar o jovem estudante, a dona de casa, o empresário, o funcionário e todos nós.

Lola Lopez, que havia perdido sua única filha, sentiu-se quebrada, como que despedaçada, destruída. “Eu não conseguia mais parar de chorar. Esqueci de comer, de dormir, de viver”. Padre Andrés e sua comunidade convidaram-na para rezar juntos por algum tempo e conversar. “Eles não me perguntaram nada, não exigiram nada. Eles me acolheram e sorriram para mim”. Lola conseguiu se levantar de novo. “O amor venceu a morte”, diz ela. “Esse amor sem medida e desinteressado curou minhas feridas”.

Existem muitas outras “Lolas”. É pensando nisso que a fraternidade quer ampliar sua ação, construindo a casa-mãe, possibilitando muitos futuros “hospitais de campanha”, inclusive fora da Colômbia.

Fonte: ACM Brasil

Categorias: Uncategorized